Em nosso texto de estreia do blog do Eldorado, vamos falar da tecnologia que possibilita que as máquinas entendam os sentimentos humanos: a Computação Afetiva.
O que é a Computação Afetiva
A Computação Afetiva é uma área da informática que utiliza as emoções humanas na produção de hardwares e softwares, fornecendo ao computador a habilidade de detectar as emoções humanas. Basicamente, este conjunto de tecnologias busca compreender o estado emocional dos usuários e, dessa maneira, oferecer serviços e/ou funcionalidades personalizadas.
Para que a máquina aprenda sobre o universo humano, o caminho percorrido é:
- Entender → Aprender → Predizer → Adaptar.
Assim, a Computação Afetiva permite criar sistemas fisicamente inteligentes, que são programados para aprender e se adaptar de acordo com o uso do seu usuário, ao invés de serem programados apenas para uma série de ações predefinidas.
Não é de hoje que robôs “humanos” mexem com o imaginário popular. Se vasculharmos na literatura e no cinema, percebemos como o assunto é recorrente. Um exemplo é o filme HER (2013), que narra uma história de amor incomum, explorando a relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia. Durante a narrativa, conhecemos a história de Theodore, um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema operacional para seu computador. Para a sua surpresa, ele se apaixona pela voz deste programa, dando início a uma relação amorosa entre ambos.
No filme citado acima, conseguimos visualizar o funcionamento da Computação Afetiva perfeitamente. Quanto mais Theodore expõe seus gostos músicas, de locais e tantos outros, o sistema operacional, já treinado e munido de bibliotecas internas para rastrear mais conteúdos semelhantes, passa a identificar os sentimentos/necessidades do seu usuário. Já ele, acredita em um match perfeito, sem levar em consideração toda a base de dados por trás de um encalce perfeito.
Recursos e soluções do Aprendizado de Máquina
Diversos recursos podem ser utilizados para que a máquina aprenda sobre os sentimentos, por exemplo, por meio da interpretação do tom de voz, é possível identificar tristeza, alegria e raiva. Não apenas dessa maneira, mas, também, por meio do reconhecimento facial, mesmo que a mudança tenha sido sutil, medição do índice galvânico da pele e monitoramento cerebral, a gama de opções para se criar o mapeamento das emoções é extensa e diversificada. Em 2016, para mapear as emoções dos seus usuários, o próprio Facebook divulgou mais botões além do seu clássico “Like”, simulando sentimentos como raiva, espanto e outros.
No cotidiano, o entendimento das emoções permite uma gama de soluções personalizadas: um questionário direcionado com base no perfil de estudantes, sugestões de atividades físicas direcionadas de acordo com o perfil de quem pratica, recomendações especializadas de compras de produtos, ou seja, sugestões de ações que estejam de acordo com os sentimentos, humor e nível de stress dos usuários.
Onde será utilizada
Em um futuro próximo, outras áreas se beneficiarão dessa tecnologia. Na área automotiva, a tecnologia pode trazer ganhos no monitoramento do estresse do motorista, antevendo situações de risco e oferecendo medidas de contenção. Já no âmbito da saúde, por meio do monitoramento do humor, em conjunto com outros dados biomédicos do paciente, será possível mapear predisposições para algumas doenças ou, até mesmo, tomar decisões especializadas para cada situação.
O assunto está tão em voga que conta com um laboratório dedicado ao seu estudo no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Soluções para o mercado automotivo e de saúde são os mais pesquisados pelo grupo do Instituto.
Uma coisa é certa, a Computação Afetiva veio para ficar e, cada dia mais, sua evolução possibilitará uma relação mais estreita entre diferentes sistemas e seus usuários. Cada vez mais, teremos acesso a experiências e produtos exclusivos, pensados especialmente para nossas necessidades e limitações. O Instituto Eldorado investe no estudo dessa solução tecnológica através do programa Oficinas Tecnológicas. Esse é o primeiro ano que o assunto é abordado pelo Instituto e seu foco está em mapear soluções na área automotiva e de saúde. Saiba mais.