As cooperativas são peças fundamentais para o fortalecimento de diversos segmentos. No agronegócio, não é diferente. Elas valorizam os pequenos e médios produtores rurais, organizando e sistematizando os trabalhos, gerando mais produtividade e riqueza.
Entretanto, sem o uso de tecnologias, nos mais diversos níveis, isso não seria possível. A região dos Campos Gerais do Paraná, por exemplo, reúne um perfil de produtor rural muito interessante, que consegue em uma mesma propriedade diversificar a produção. Nela há o plantio de três tipos de grãos e criação de gado leiteiro e suínos. Essa realidade só é possível devido ao uso intenso e responsável da tecnologia: do tipo de semente ao maquinário que irá colher, engorda dos suínos, aumento da produtividade leiteira, entre outros.
A tecnologia por si só não faz o produtor aderir à ela. Representantes comerciais, concessionárias, vendedores, atendentes, enfim, toda a cadeia oferece uma infinidade de tecnologias, nos mais diversos segmentos agropecuários. O que faz um produtor/cooperado usá-la é, além do custo-benefício, a credibilidade de uma cooperativa. Afinal, “se a cooperativa indicou, é porque é bom”, “se a cooperativa divulgou, é porque foi testada”, “se a cooperativa aponta, é porque é indicado para a minha demanda”.
A importância da tecnologia é tanta que foi criada pelo governo federal, em outubro do ano passado, a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão e Digital (Decreto 10.052), composta por representantes de 21 órgãos públicos e de empresas privadas, dentre eles o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Sociedade Brasileira de Agroinformática; Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB); entre outros.
A criação da comissão teve por objetivo promover o desenvolvimento da agricultura de precisão e digital no Brasil, e entre as competências está uma que chama a atenção: gerar e adaptar conhecimentos e tecnologias de custo acessível. Esse ponto é fundamental para que o produtor consiga continuar alcançando a excelência e que esteja ao seu alcance, respeitando a organização das contas e a gestão responsável.
É importante destacar que o uso da tecnologia no campo é algo já popularizado e pouco ou nenhuma vez criticado, já que seus resultados são comprovados pelos produtores diariamente ou safra após safra. E as cooperativas têm um peso, muitas vezes, decisivo para o uso da tecnologia em uma propriedade rural.
De forma prática o Instituto ELDORADO atua desde 2017 até o presente com a Cooperativa Frísia, Fundação ABC e suas mantenedoras Castrolanda e Capal no desenvolvimento da plataforma sigmaABC. A plataforma foi construída por meio de processo de inovação aberta, que inclui os pesquisadores da Fundação ABC e sua equipe tecnológica, além de produtores e agrônomos, que formam um grupo de beta usuários, o qual permite a constante evolução da plataforma, garantindo a alta aderência da tecnologia às necessidades de campo.
A sigmaABC continua a evoluir desde seu lançamento, no início de 2019, no sentido integrar as diversas fontes de informação para facilitar e gestão das lavouras, o que inclui aspectos de clima e tempo, monitoramento completo das áreas via satélite, dados coletados em campo (MIP), informações de manejo e aspectos econômicos das propriedades.
Por Luis Fernando Duarte (Frísia Cooperativa Agroindustrial) e Daniel Costa (Instituto ELDORADO).