Treinamentos para trabalhos de alta periculosidade trazem consigo uma série de riscos e situações delicadas. Neste texto, vamos falar de como a Realidade Virtual modifica esse cenário. Confira:
Visão geral
Simplificadamente, podemos dizer que a tecnologia de Realidade Virtual funciona como uma interface. O objetivo criar um cenário, de maneira tridimensional, simulando sensações, sons etc. Para isso, dispositivos como óculos de realidade virtual são utilizados para permitir a imersão.
Quando utilizada para treinamentos ou capacitação profissional, basicamente, o ambiente de trabalho é reproduzido e o colaborador, no cenário imersivo e usando um controle como o de videogame, realiza as tarefas que faria em seu cotidiano de trabalho.
A tecnologia pode ser utilizada em diversas áreas, como:
- Arquitetura;
- Treinamentos médicos, militares, aeronáuticos e ferroviários;
- Recriações históricas e geográficas.
Imagine, por exemplo, reparos que precisam ser feitos em plataformas petrolíferas, uma tarefa que exige manobras complexas e de grande precisão, sem contar que um simples erro pode custar milhares de reais e, até mesmo, dependendo da situação, colocar o profissional em situação de extremo risco. Ou, o piloto de avião que, antes de ir para o avião real, precisa simular muitas horas de voo. Com a Realidade Virtual, o treinamento é recriado da maneira mais fidedigna possível.
Para uma grande empresa, essa é uma solução economicamente viável, que pode ser replicada em diversos lugares e integrar um grande número de pessoas. É uma ideia bastante interessante em termos de capacitação, pensando em treinar muitas pessoas e ter menos acidentes. Por meio desse tipo de treinamento, o colaborador pode sair da teoria e ir para a prática, mas em um cenário controlado. Além disso, outra vantagem é que o trabalho e a produção não precisam ser interrompidos.
Projeto de Treinamento Virtual CPFL
Em 2016, finalizamos o Projeto de Treinamento Virtual em Subestações de Energia Elétrica, resultado da parceria entre o Eldorado e a CPFL, fomentado pelo programa de P&D da ANEEL. A tecnologia desenvolvida foi fruto de dois anos de pesquisa e cooperação mútua entre as instituições e resultou em uma ferramenta concebida para treinamento e reciclagem dos eletricistas da empresa CPFL, com o objetivo de garantir mais segurança e eficácia.
Nesse novo treinamento, por meio de um óculos de realidade virtual, o profissional é colocado dentro de um modelo virtual de subestação da CPFL. Nesse ambiente 3D, o eletricista consegue realizar as tarefas de operação e manutenção da mesma forma como seria na realidade. Vale ressaltar que, antes de o simulador ser desenvolvido, realizar treinamentos reais, sem colocar em risco a segurança do colaborador ou interromper o fornecimento de energia era algo complexo. Com o ambiente de realidade virtual imersivo, que simula ambientes do sistema elétrico, passa a ser possível aos usuários a prática com segurança de manobras, sejam elas de qualquer natureza. O simulador proporciona ao operador a vivência de situações básicas e de emergência.
Além disso, é possível representar passos de segurança, checar o uso de equipamentos de proteção individual e provocar alterações climáticas e de tempo (dia e noite). Outro ponto de distinção da ferramenta é a utilização de sensores biométricos, que fornecem a medição das reações biológicas e do nível de estresse do operador em serviço, ajudando no mapeamento de melhorias para o processo.